Vamos
separar agora um tempo para estudar, sem distrações ou preocupações. Você vai
precisar da mente concentrada, papel e caneta. Devemos compreender que um Plano
de Negócio é um desenvolvimento
de um documento que contém a caracterização do projeto, sua forma de operar,
suas estratégias, seu plano para conquistar ou manter uma fatia do mercado e
suas projeções financeiras (receitas, custos, despesas e resultados). É um
instrumento que permite o conhecimento completo de um empreendimento artístico
na área de negócios, ficando muito mais fácil descobrir e analisar fatos que
podem ser determinantes para o sucesso, ou o fracasso, de sua carreira[1].
Adotando essa lógica buscaremos agora entender por que geralmente os músicos na
sua maioria ficam paralisados esperando o momento certo para começar um
projeto. Na realidade são alimentados por três motivos, são eles:
1
– A falta de confiança em si mesmo;
2
– O medo de não dar certo ou de dar
certo;
3 – E achar que tudo precisa está perfeito para
começar.
Esses três motivos que
é a falta de confiança, medo e a busca pela perfeição inicial, quando estão
juntos causam um grande estrago e originam efeitos perigosos nas pessoas, que é
paralisia e resistência. O que é realmente importante é começar e o resto é
pensamentos negativos e preconceitos que impedem que procuremos ser o que
realmente somos[2].
Você pode está se perguntando isso é um curso de gestão de carreira ou um curso
de “autoajuda”? Bem acredite, seu negócio deve refletir seus entusiasmos,
valores e paixões! E só é possível fazer isso se você se conhecer a fundo.
Então explore o seu por que; ou seja, por que você faz o que faz?
Procure compreender que
o seu negócio deve está compatível com o seu por que, se não provavelmente não
terá durabilidade; ou seja, um grande projeto se articula de dentro pra fora.
Para isso acontecer devemos seguir uma pequena regra: “Por que, Como e O que”. Pois
as pessoas não compram o que você faz, mas o porquê você faz; ou seja, os
clientes (ou fãs) não compram simplesmente produtos ou serviços, na verdade
eles compram soluções para necessidades (algo mais amplo) ou desejos (algo mais
especifico e definido), isso significa que se não existe verdade no seu produto
ele torna-se mais um no mercado, e como muitos outros irá seguir uma carreira
desastrosa.
SEGMENTAÇÃO
DE MERCADO
Essa é uma linguagem
técnica para definir um foco de atuação, ou seja; segmentação de mercado
significa: direcionar seu produto (serviço) para atender a determinadas
parcelas da população, pois seu produto ou qualquer outro dificilmente será
consumido por todos[3].
Bem, para você entender de uma forma mais objetiva qual a função da segmentação
de mercado; darei um exemplo simples:
Se ele mirasse no
centro do alvo, criaria um foco de mira, preenchendo aquela parte do alvo,
concluindo então seu objetivo. Agora imagine que as flechas são seus recursos: tempo, dinheiro, motivação; o alvo são
seus clientes, e o foco de mira é a
segmentação de mercado.
Esse é um ponto onde os
artistas nordestinos pecam quase sempre, e para que não aconteça com seu
produto como muitos artistas locais que fizeram uma carreira desastrosa. Defina
um perfil definitivo com um foco de atuação específico, para inserir no mercado
artístico um produto competitivo com objetivos claros; que é ter um
reconhecimento do seu trabalho tanto na mídia quanto em retorno financeiro. Use para criar seu perfil, referências dos
seus ídolos e procure tirar lições
importantes para você. Isso facilitará na sua jornada. É prudente observa fatos
na história daqueles que chegaram onde você sonha em chegar.
·
Como eles viviam antes do sucesso? O que faziam?
·
Como Chegaram até o sucesso? Qual foi o ponto chave?
·
Qual foi o ápice de suas carreiras? Quanto tempo durou?
·
Quais foram seus maiores erros? Para você não cometê-los.
Espero que você tenha
entendido que o nosso objetivo é lhe ensinar ferramentas para você lutar pelo
seu trabalho, não é uma fórmula mágica de ganhar dinheiro; mas lhe dar
conhecimento para você criar um projeto que acredita; tornando-lhe um
empreendedor.
DEFINIR PRODUTO
O
primeiro passo –
explorar seu capital humano[4]. Pense no que você é: as características, a
personalidade, o que você ama; as paixões, os interesses, entre outros. Depois
liste tudo isso vivido em palavras chaves. Preste atenção em tudo isso para
poder iniciar seu negócio. O capital será formado por conhecimento,
experiência, competência, habilidade, talento, trato social, personalidade,
imaginação.
São
esses elementos que deverão ser investidos no seu negócio. E só é possível fazer isso se você se conhecer
a fundo. Então vamos explorar por que você faz o que faz; seguinte esse
pensamento responda o questionário. O
segundo passo – é compreender para quem você irá fazer seu produto? Pois só
através deste conhecimento você vai entender as necessidades do seu futuro
cliente. Sendo assim, vamos responder o questionário sobre essa questão.
O
terceiro passo – definir o seu posicionamento (pois
ele completará o processo de conexão entre você e o seu público[5]);
ou seja, determinar a sua mensagem, aquilo que você irá comunicar ao seu
público através da sua música, por isso, responda as perguntas no questionário.
A intenção desse passo a passo é fazer
você perceber qual o peso e a importância de se posicionar a favor de uma
causa, e mostrar seu posicionamento ao público[6].
Depois de ter definido sua mensagem; você irá comunicar as pessoas; chegou a
hora de transformarmos essa mensagem em conceito,
ou seja, transferir a mensagem do papel para a imagem e a música.
O
quarto passo – é construir uma imagem especifica do
produto[7].
Entretanto, lembre-se que é preciso SENSIBILIDADE e CUIDADO ao fazer esse
processo, pois é a partir dos elementos que você definir, que será construído
sua Identidade Visual. A imagem é veiculada sutilmente na maneira de se vestir,
no comportamento, no ambiente do show, na capa do disco, nas entrevistas, na
participação em eventos entre outros. Dentro deste entendimento, devemos
definir seu Nome Fantasia ou
Artístico[8]. Ele reflete uma série de atributos que
permeiam tudo que você faz e a forma como você comunica o que faz.
De acordo com as regras
de direito comercial, o registro
de um nome fantasia é feito perante os órgãos de registro de marcas e patentes,
sendo resguardado o direito à sua
utilização ao primeiro que o registra; ou seja, o
artista que registra uma marca é dono absoluto dela. O impacto do nome fantasia
junto ao mercado consumidor justifica os altos investimentos que
são feitos pelas grandes empresas. Muitos nomes, inclusive, conseguem virar
sinônimo de produto que vende ou de serviço que presta. Chamamos isso de figura de linguagem conhecida como metonímia (marca pelo produto). Muitos
empreendedores acham que esse assunto é irrelevante, acreditam que este tema só
serve para marcas grandes, pois é um contexto muito complicado e caro, e não é
necessário para produtos pequenos.
Na realidade esses
profissionais estão muito enganados; um nome artístico faz parte de qualquer
produto, quer queira ou não. Seu nome fantasia representa seu produto, serviço,
qual o público quer atingir dentre outras coisas. Depois de criado sua imagem e o nome artistico, deve-se
criar uma logomarca que será a principal representação
gráfica do produto. Por isso ela deverá aparecer em todas as peças gráficas
feitas para o produto. Como toda a assinatura, o logotipo precisa seguir um
padrão visual que a torna reconhecida onde quer que ela seja estampada. Usar
corretamente o logotipo é uma das ações obrigatórias para o reforço da imagem e
da personalidade do produto. Por exemplo, a empresa Sony, ao grafar a sua marca, utiliza apenas o logotipo que representa
graficamente sua marca; prescindindo da utilização de qualquer outro elemento
gráfico adicional (símbolo) para compor a marca. Ao contrário da Sony, a Wikipédia, utiliza simultaneamente um símbolo (um quebra-cabeças em formato de
globo) e um logotipo (caracterizado pela própria palavra "Wikipédia"
grafada na fonte Linux Libertine)
para grafar a sua marca.
O
quinto passo – será criar uma sonoridade no trabalho[9].
O som é caracterizado pelo estilo musical, e os gêneros ou subgêneros
executados dentro dele; os instrumentos usados, composições, entre outros. A confecção do Visual e Musical construirá o seu
Conceito Artístico.
Por fim, realize uma
segmentação de mercado para seu produto mapeando as regiões estratégicas e suas
praças[10],
ou seja; busque catalogar todos os eventos públicos (festas tradicionais,
festivais, circuitos dentre outros) e privados (casa de shows, eventos
corporativos entre outros) que tem o perfil para o produto criado. O objetivo
deste mapeamento é para que o empreendedor tenha conhecimento claro das
possibilidades do seu produto no mercado, e com essas informações possa criar
uma estratégia comercial.
[1]
Antes
de qualquer coisa, é importante entender como funciona o mercado musical. Se
você não souber as regras do jogo é impossível jogar. Muito menos ganhar
o jogo. O grande erro dos artistas é mergulhar de cabeça na
indústria da música sem saber como funcionam as coisas. Daí vem às
decepções, prejuízos e frustrações. Você pode até aprender com o tempo,
mas isso tem um preço alto demais.
[2]
Um
pensador chamado Arthur Ashe disse a
seguinte frase “Comece onde você está. Use o que você tem. Faça o que você
puder”.
[3]
Mesmo
que você não queira que sua música tenha um rótulo, o público irá te rotular,
então você precisa escolhê-lo com sabedoria para que não se arrependa em longo
prazo.
[4]
Capital humano – são seus conhecimentos
adquiridos; ou seja, tudo que você estudou, pesquisou; suas experiências,
pessoas que você conheceu entre outras coisas.
[5]
Por
isso, devemos ter uma visão clara do perfil do fã; é IMPORTANTISSIMO, pois
entender “quem é de verdade” o seu fã, ajuda você, a saber, o que liga o seu
trabalho a vida dele.
[6]
Em
um mercado tão competitivo, onde poucos conseguem um grande sucesso, o
posicionamento de um artista e a sua identidade são as chaves principais
para se destacar dos demais concorrentes e chamar a atenção do público.
[7]
Desde
o momento em que você decide ser uma pessoa pública você deve cuidar da sua
imagem e do seu nome, o que as pessoas pensam a seu respeito impacta
diretamente na venda de ingressos para seus shows, venda de CDs e até
seguidores nas redes sociais. O que os outros pensam importa sim.
Mantenha sua integridade.
[8] Nome
artístico é um pseudônimo utilizado
por uma pessoa, sob o qual ela e seu produto (serviço) se tornam conhecidos pelo público. Esta denominação
opõe-se ao nome de batismo, pois
ele será utilizado diante do público-alvo e os clientes corporativos
(prefeituras, produtoras de show, festivais, cerimoniais de eventos
empresariais).
[9]
Se
você já ouviu: “nossa, mas você parece
fulano de tal” cuidado, pois este é um indício que você está no caminho
errado. Isso por que o “fulano de tal” já existe e o mercado não quer outro
igual a ele. Procure de todas as formas se diferenciarem e
mostrar que você é um produto diferente dos demais. Fuja de comparações.
[10] Praça – é onde o serviço deve ser distribuído; ou seja, nos eventos
compatíveis ao produto e lojas especializadas no estilo do produto (nos
bairros, nas cidades, nas regiões, nos países).
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